PARTICULAR
(2012)
São lembranças, angustias, pesadelos,
sonhos, passagens. O corpo é a confluência de diferentes e usuais estímulos,
capaz de traduzir o mais silencioso sentimento em gesto. Gesto carregado de
conflitos. Dizeres. É o reflexo do meu dia, do seu dia, da nossa vida.
É exatamente aquilo que não falamos, é
o olhar de lado, o silêncio do abraço demorado, do beijo não dado, da cama não
dormida. O meu corpo é meu, somente meu. Lugar onde guardo meus encantos, medos
e lembranças, É o meu mundo, meu refugio, é o meu particular.
REVERSO (2009)
Foto - Lídia Marques
Uma estrada é um simples caminho que leva a algum lugar. ela separa,
divide a terra em dois lados: norte e sul ou leste e oeste. Para os viajantes
que saúdam o nascimento do sol ou para aqueles que saboreiam o sol se pôr e
vêem a lua nascer, tudo é sublime. A força da natureza faz brotar a energia que
conduz a vida. Mas, as imagnes são múltiplas, ora maravilhosamente fantásticas,
ora melancolicamente tristes. Tudo passa como um turbilhão de flashes. É o chão
rachado, a seca, a chuva, uma procissão (ou um funeral?) As águas do rio correndo
em direção ao mar. As lavadeiras, os pescadores, as crianças brincando por
entre as pedras. Tudo é divino, porém nem tudo é maravilhoso nessa luta pela
sobrevivência.
Os corpos
torcem e retorcem, construindo os seus versos. A polifonia dos sons invade a
passagem, permitindo que a solidão tenha companhia sagrda da sombra. A vida é
desvendada ano nascer de cada dia. E assim, sultilmente, os passod seguem o
traçado do destino, arquitetando o mosaico da cena, agora exposta aos olhos.
Este
espetáculo foi contemplado com o PRÊMIO FUNARTE DE DANÇA KLAUSS VIANNA 2008,
com o patrocínio da Petrobrás e realização da Fundação Nacional de Artes
(FUNARTE) e Ministério da Cultura
MULTIPLETO(2008)
Foto - Vanessa Sandes
Usando a física
como ponto inicial para a estrutura da coreografia, “Multipleto” significa
“linha aspectral constituída por diversas radiações de comprimento de onda
muito próximas.”
Tomando como base estas ondas muito próximas os bailarinos foram
criando tramas e intenções sobre os relacionamentos humanos e como este se
comportam dentro destes relacionamentos.
Foram
construídos vários segmentos coreográficos com tempos e intensidades diferentes
através da troca incessante de conhecimentos adquiridos pelo convívio do grupo,
levando-se a combinações de solos, duos, trios e grupos.
Cada segmento
deste reflete os sentimentos, como a desilusão, a lembrança, a solidão e a
amizade, que agrupados resultam num jogo de palavras de um ser múltiplo e
completo, “Multipleto”
BRINCANDO (2007)
Foto - Fabiana Costa
A Coreografia
busca ultrapassar as fronteiras estabelecidas pelas “doenças do espírito
contemporâneo”, as quais impossibilitam o optar por viver intensamente os
mínimos e intensos detalhes da vida, procurando demonstrar através dos
movimentos o verdadeiro gosto de ser feliz.
A coreografia tenta resgatar a simplicidade do Ser “ser criança”, através
de lembranças, imaginações e pequenas travessuras. Brincadeiras e jogos também
pontuam a divertida e colorida viagem ao mundo infantil, onde tudo é possível e
qualquer desafio é motivo de sorrisos e felicidade.
Para a
construção da obra, os bailarinos mergulharam no universo infantil, buscando
seus jogos e brincadeiras, observações do cotidiano das crianças e trazendo
suas marcas e lembranças.
Outro ponto de
referência para a concepção espetáculo é uma poesia de Gilberto dos Reis
intitulada “Ser criança”:
“Ser
criança é acreditar que tudo é possível.
É ser
inesquecivelmente feliz com muito pouco
É se
tornar gigante diante de gigantescos pequenos obstáculos
Ser
criança é fazer amigos antes mesmo de saber o nome deles.
É
conseguir perdoar muito mais fácil do que brigar.
Ser
criança é ter o dia mais feliz da vida, todos os dias.
Ser
criança é o que a gente nunca deveria deixar de ser.”